A cura dos doentes

Se um homem se senta numa sala repleta de luz e fica observando objetos bonitos, para ele a luz existe. Se outro homem se senta na mesma sala e mantém os olhos fechados, para ele as trevas existem – ainda que criadas por ele mesmo. Assim também, há duas espécies de pessoas nesse mundo: algumas têm os olhos espirituais da sabedoria abertos e contemplam Deus e Sua bondade em toda parte e em todas as coisas; outras têm seus olhos espirituais fechados e sentem a criação repleta de Satã e de suas maldades.

Quem não cultiva a verdadeira percepção da sabedoria é responsável por abrigar as trevas do mal. “Devotos” são aquelas almas que obedecem ao desejo de Deus e de que mantenham seus olhos de sabedoria abertos e focalizadas somente no bem; pessoas iludidas são aquelas que dão atenção à voz do mal e mantêm fechados seus olhos da espiritualidade, cortejando assim as trevas do sofrimento, a doença e toda a horda de maldades de Satã.

Por intermédio de todas as coisas boas, Deus atrai Seus devotos para que venham a Ele; e Satã, pela sedução das falsas promessas de felicidade, persuade as pessoas a cair cada vez mais no abismo da ignorância e do sofrimento. O homem deve considerar os sussurros de sua consciência e as boas tendências como o chamado de Deus em seu interior. De modo oposto, deve reconhecer as incitações de pensamentos e impulsos maléficos – e resistir a eles – como a sedução de Satã.

Se o homem continuamente escuta com receptividade a os sussurros de sua consciência e das virtudes que começa a desenvolver e se acostuma a um modo superior de vida, ele descobre por fim o eterno bem presente na imagem divina de sua alma e se liberta por meio dessa Autorrealização. Uma vez que Satã não cumpre suas promessas de conferir felicidade duradoura a seus seguidores, todos por fim se afastaram dele, voltando-se para Deus.

Os demônios de Satã, pioneiros e causadores do mal que operam através das más tendências no ser humano, devem pois ser expulsos das almas assombradas pela ignorância. Espiritualizar a própria vida por meio do comportamento correto e, principalmente, pela comunhão divina em meditação regular e profunda é o modo de expulsar as entidades do mal e tornar acessíveis as percepções latentes do seu do céu interior. Livrar a consciência das forças malignas obsedantes é o autêntico método metafísico de libertar a alma para sempre das influências dos demônios de Satã que vêm persistindo, ao longo de encarnações, em sua faina nefasta naqueles que optaram por utilizar mal o poder da razão.

 

Trecho do livro A Segunda Vinda de Cristo (volume I, página 450), de Paramahansa Yogananda

 

 

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