Em todos os templos-corpos

“O cenário foi um Kumbha Mela em Allahabad”, contou Lahiri Mahasaya a seus discípulos. “Eu tinha ido lá durante um curto período de férias profissionais. Enquanto andava entre a multidão de monges e sadhus, vindos de grandes distâncias para assistir ao festival sagrado, notei um asceta coberto de cinzas segurando uma escudela de mendigo. Em minha mente surgiu o pensamento de que o homem era hipócrita, por usar símbolos exteriores de renúncia sem a graça interna correspondente.

“Assim que deixei o asceta para trás, meu olhar surpreso caiu em Babaji. Ele se ajoelhava diante de um anacoreta de cabelos emaranhados. 

“- Guruji! – Aproximei-me apressadamente. – Senhor, que faz aqui? 

“- Estou lavando os pés deste renunciante e depois lavarei os utensílios de cozinha dele. – Babaji sorriu para mim como uma criança: compreendi que ele me indicava seu desejo de que eu a ninguém criticasse e visse o Senhor residindo igualmente em todos os templos-corpos, fossem de homens superiores ou inferiores.

“O grande guru Babaji acrescentou: – Servindo a sadhus ignorantes e sábios, estou aprendendo a maior das virtudes, a que agrada a Deus acima de todas as outras: a humildade.”

Trecho do livro Autobiografia de um Iogue (página 388), de Paramahansa Yogananda

 

 

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