O principal malefício prático que vem com a consciência do ego e seus seis defeitos é uma crescente compulsão da pessoa a esquecer o próprio Eu – a alma – e sua expressão, manifestação e exigências, e a tornar-se teimosamente inclinada a empenhar-se na busca das “necessidades” insaciáveis do ego.
Psicologicamente, a consciência do ego é uma transferência e o enxerto de uma falsa personalidade. É necessário compreender e arrancar a estaca da consciência do ego e suas diversas tendências, que bloqueiam a familiaridade com o verdadeiro Eu.
Sempre que se sentir irado, o iogue aspirante deve ter em mente: “Isto não sou eu!” Quando o ódio tentar obscurecer sua verdadeira natureza, com a máscara de uma horrível emoção, ele deve, vigorosamente, dissociar-se disso: “Isto não sou eu!” Ele aprende a fechar as portas de sua consciência a todos os visitantes indesejáveis que buscam se alojar em seu interior. E quando esse devoto tiver sido usado ou abusado pelos outros e, ainda assim, sentir em seu interior um santo impulso do espírito de perdão e de amor, deve então afirmar pleno de convicção: “Isto sou eu! Esta é a minha verdadeira natureza”.
A meditação iogue é o processo de cultivar e estabilizar a consciência de nossa verdadeira natureza, por meio de métodos e leis definidos, psicofísicos e espirituais, pelos quais o ego estreito, a defeituosa consciência humana hereditária, é desalojado pela consciência da alma.
Trecho do livro A Yoga do Bhagavad Gita (página 51), de Paramahansa Yogananda
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