Mestre Onipresente
Aos oito anos de idade aproximadamente, fui abençoado com uma cura maravilhosa graças ao retrato de Lahiri Mahasaya. Essa experiência intensificou meu amor. Quando estávamos na propriedade familiar de Ichapur, em Bengala, contraí o cólera asiático. Fui desenganado pelos médicos, que nada podiam fazer. À minha cabeceira, mamãe incitava-me freneticamente a olhar para a fotografia de Lahiri Mahasaya presa à parede, acima de minha cabeça.
– Curve-se diante dele mentalmente! – Ela sabia que eu estava fraco demais, até para erguer as mãos em saudação. – Se realmente mostrar sua devoção e se ajoelhar interiormente diante dele, sua vida será poupada!
Olhei fixamente a fotografia e vi uma luz cegante, que envolvia meu corpo e o quarto inteiro. O enjoo e outros sintomas incontroláveis desapareceram; eu estava curado. Imediatamente senti força suficiente para inclinar-me e tocar os pés de minha mãe, em gesto de reconhecimento por sua fé incomensurável no guru. Minha mãe comprimiu a cabeça várias vezes contra o pequeno retrato:
– Ó Mestre Onipresente, agradeço-te por tua luz ter curado meu filho!
Compreendi que ela também havia presenciado o resplendor luminoso que tinha me recuperado instantaneamente de uma doença quase sempre fatal.
Trecho do livro Autobiografia de um Iogue (página 11), de Paramahansa Yogananda
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