Aniversário de 63 anos do Centro da SRF do Rio
19 de junho. Nesta data querida somos um só coração de amor e gratidão ao nosso Guru pelas bênçãos incessantes em nossas vidas e pelo Centro que nos reúne em prece, meditação e serviço. Somos imensamente gratos aos devotos que com seu serviço amoroso têm construído a bela história do Centro desde o seu início. Gostaríamos de dedicar esta comemoração a cada devoto, em especial aos antigos que ergueram o Centro e continuam acolhendo e abrindo as portas aos novos que chegam. Na impossibilidade de mencionarmos os nomes de todos, publicamos abaixo o lindo depoimento de Paulinho e Maria Dulce, dois devotos muito queridos, exemplos para todos nós, símbolos do oceano infinito de amor e sabedoria contidos nos ensinamentos de nosso Guru . Por meio da homenagem a ele e a ela, homenageamos a todos os devotos que, como eles, fizeram e continuam fazendo o Centro florescer a cada dia com as bênçãos de nosso amado Guru.
Os Peregrinos
Maria Dulce Andrade Iwashe & Paulo Kenzo Iwashe
Nosso primeiro contato com a SRF foi em São Paulo, nos idos de 1961 (Paulo) e 1965 (Maria Dulce).
Depois de anos à busca de um sentido para a vida, iniciada ainda no interior de S. Paulo (Álvares Machado), de repente, Paulo começou a encontrar as primeiras obras sobre ioga em 1959 (A Ciência Hindu-Iogue da Respiração, de Yogue Ramacharaka, e Raja Yoga, de Caio Miranda), na capital paulista, para onde se transferira, a fim de cursar a Universidade.
Finalmente, houve a descoberta da Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda, numa livraria do centro paulistano, em 1960. O livro era em espanhol, na tradução de José M. Cuarón, mexicano e discípulo direto do Mestre. Esse livro foi o encontro com o Mestre, tão ansiosamente aguardado. Paulo levou bastante tempo para ler a obra, precioso tesouro, porque ela continha tal carga de energia espiritual e emocional, que não conseguia prosseguir a leitura, senão poucas páginas por semana ou quinzena; do contrário, seu coração ameaçava explodir!
Maria Dulce entrou na SRF em 1965. Indo em direção à Associação Cristã de Moços – ACM, da qual fazia parte como uma das líderes, de repente viu em sua testa a palavra “YOGA” em letra de forma, garrafais, desconhecida dela.
Por curiosidade, foi à Livraria do Pensamento em busca do significado dessa palavra, nada encontrando ali. Uma semana depois, leu na testa “dela” a palavra “yoguini”. “Que será isso?” perguntou-se. Depois de percorrer várias livrarias, resolveu investigar, telefonando à noite para uma amiga, Dra. Azália Machado, e contando sobre o inusitado acontecimento. Ela simplesmente disse que há um ano frequentava, aos sábados, um pequeno grupo na Rua Barão de Paranapiacaba, centro de São Paulo, perto da Catedral da Sé.
No sábado seguinte foi até lá, chegando no momento da vibração de cura. Bastante intrigada, pensou: “Mas isto é um grupo espírita!”, Ficou olhando as fotos do altar, e aquela “mulher” a envolveu com seu amor. “Puxa! Que mulher diferente, bondosa, que sorri para mim, que me acolhe em seus braços!”. E os olhos dela se encheram de lágrimas.
Um rapazote tímido explicou-lhe: “Não é mulher, Ele é um grande iogue da Índia: seu nome é Paramahansa Yogananda”. Esse foi o primeiro encontro dela com Yogananda e com Paulinho, os quais se tornaram grandes amigos.
Maria Dulce conheceu o Centro do Rio em 1965, pois sempre que havia iniciação em Kriya Yoga ela acompanhava os monges, que passavam primeiro por São Paulo, e ia até onde fosse possível, em sua jornada pelo Brasil, como peregrina de Deus.
Acompanhando o Yogacharya Cuarón, Maria Dulce foi ao Rio, onde participou da cerimônia de iniciação em Kriya Yoga, oficiada na casa de Frecy Machado Rodrigues, em Santa Teresa. Lá confirmou algo que já havia percebido no Templo em São Paulo: quando o Yogacharya Cuarón dava iniciação em Kriya Yoga, de suas mãos e pés saíam luzes. Ela ficou bastante impressionada e emocionada com isso.
Maria Dulce começou a vir ao Rio periodicamente para meditar com o grupo do Centro. Em 1983, mudamos para o Rio e nos juntamos ao grupo.
Durante um evento realizado no Hotel Glória, com a presença dos Brothers Anilananda e Naradananda, enquanto cantava “Flores à esquerda, flores à direita, à frente e atrás”, Brother Anilananda jogava flores sobre os devotos e, ao mesmo tempo, falava com a Mãe Divina e os Mestres; parecia estar em êxtase. Foi uma das cerimônias mais divinas a que Maria Dulce assistiu em sua vida. O ambiente de Kriya Yoga parecia pura manifestação celestial.
Finda a cerimônia, no salão lateral Brother Anilananda teve uma atitude insólita. Ele pôs duas enormes guirlandas de rosas, do tamanho de um vestido comprido, no pescoço de Maria Dulce, guarneceu a cabeça dela com um lenço florido e pôs-lhe nas mãos uma vassoura, dizendo e dando gargalhadas: agora você está pronta para ir para o astral, além das estrelas!”. Com essa brincadeira de criança, ele contagiou o ambiente, e a gargalhada foi geral.