Ao criar este universo, Deus revelou dois aspectos: o masculino ou paterno, e o feminino ou materno. Se você fechar os olhos e visualizar o espaço vasto e ilimitado, sentir-se-á comovido e fascinado – sentirá apenas pura sabedoria. Essa esfera infinita e oculta, onde não há criação, estrelas ou planetas – apenas sabedoria pura – é o Pai. E a Natureza, com suas estrelas de brilho diamantino, a Via Láctea, flores, pássaros, nuvens, montanhas, o céu – as inúmeras belezas da criação – é a Mãe Divina. Na Natureza, você contempla o aspecto materno de Deus, pleno de beleza, suavidade, ternura e bondade. (…)
Ao manifestar-Se na criação, Deus deu forma à Sua sabedoria no pai, e deu forma ao Seu sentimento na mãe. Cada um, sozinho, é imperfeito, apenas a metade da natureza de Deus, porque o pai move-se e é movido pela razão, enquanto a mãe move-se e é movida pelo sentimento. O pai quer governar o filho pela razão; a mãe, pelo sentimento.
A mãe diz: “Ensine-o pelo amor.” Às vezes, uma grande dose de amor é boa; mas se você der doçura em demasia, e apenas isso, poderá estragar a criança. Algumas vezes, certo rigor é bom, mas punição severa por erros cometidos apenas leva a criança a um erro ainda maior. É por isso que os dois aspectos de Deus devem manifestar-se por meio dos pais para a educação da criança; ambos são necessários a seu bem-estar futuro. Todo pai deve esforçar-se para temperar sua razão com o amor, e toda mãe, para temperar seu amor com a razão.
Quando penso em meu guru, Sri Yukteswarji, vejo nele a severidade do pai e a bondade da mãe, sem as fraquezas ou a cegueira de um e de outro. Todo pai e toda mãe são potencialmente dotados da sabedoria paterna e da ternura materna de Deus.
Tradução não oficial de trecho do livro A Eterna Busca do Homem (pág. 366)
A Eterna Busca do Homem está à venda pelo site da Livraria Omnisciência.