Vida, verdade e eterna libertação para todos

Meu desejo singular de discernir corretamente o verdadeiro significado das palavras de Cristo foi extraordinariamente confirmado certa noite durante o período em que eu trabalhava nestas interpretações (A Segunda Vinda de Cristo). Foi no Eremitério de Encinitas, na Califórnia. Eu estava sentado em meditação, na penumbra de minha sala, orando profundamente com minha alma, quando de repente a escuridão deu lugar a um fulgor celestial azul-opalino. A sala inteira parecia uma chama opalescente. Nessa luz surgiu a forma radiante do abençoado Senhor Jesus.

Sua face era divina. A aparência era a de um jovem entre 20 e 30 anos, com barba esparsa e bigode; seu longo cabelo preto, repartido ao meio, era circundado por um halo de luz dourada. Seus pés não tocavam o chão. Seus olhos eram os mais ternos e belos que já vi. Percebi o universo inteiro cintilando naqueles olhos. Eles se alternavam infinitamente, e a cada mudança de expressão eu compreendia intuitivamente a sabedoria que me era transmitida. Em seus olhos gloriosos senti o poder que sustenta e comanda miríades de mundos.

(…) Curvei-me, então, diante dele. Eu estava imensamente feliz por receber o testemunho de suas bênçãos, de sua presença. Exatamente as mesmas palavras que me disse nessa visão ele também dissera a Tomé, embora eu nunca as tenha lido. Suas palavras significavam que eu estava bebendo de sua sabedoria através do Santo Graal de suas percepções que ele havia derramado em minha consciência, e que ele estava satisfeito. Expressou sua aprovação muito afetuosamente e me abençoou por estar escrevendo estas interpretações. Posso dizer isso sem orgulho, porque as interpretações das palavras de Cristo nesta obra não são minhas. Elas foram concedidas a mim. Estou feliz por este livro ter vindo por meu intermédio, mas não sou o autor. O autor é Cristo. Sou apenas o veículo através do qual ele é explicado.

Escuto Cristo na terra de minha inspiração; contemplo Cristo comunicando-me toda a eterna sabedoria que ele pretendia transmitir em suas palavras repletas de significado. Em minha juventude, mesmo diante da insistência de bem-intencionados professores ingleses, nunca li o Novo Testamento, exceto pequenos trechos; se o tivesse lido, a teologia – sob a tutela de tais instrutores – teria tornado cegos meus olhos e prejudicado minha capacidade de escutar, e eu não poderia ter ouvido a voz de Cristo, nem o visto falar. Agora me regozijo – e sempre haverei de me regozijar – ao ouvir Cristo comunicando-me suas palavras de vida, verdade e eterna libertação para todos.

Trecho do livro A Segunda Vinda de Cristo (volume 1, página XXIX), de Paramahansa Yogananda

 

 

 

 

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